segunda-feira, 22 de maio de 2017

Intuições

Nas minhas incursões pela página do INE, consultei o ficheiro de indicadores económicos. Neste caso, não foi preciso fazer contas, bastou olhar para os dados mensais. Meti cada ano lado a lado, para facilitar a comparação, que é bastante intuitiva:
  • Não há grande diferença entre o consumo de 2015 e o de 2017 para o primeiro trimestre, mas houve uma quebra em 2016 -- lá se vai a teoria de que a Geringonça iria promover o consumo privado.
  • Na formação bruta de capital fixo, o primeiro trimestre de 2017 é melhor do que o de 2015, mas o de 2016 foi mesmo fraquinho e pior do que 2014.
  • O índice de actividade económica do primeiro trimestre de 2017 é melhor do que o de 2015, mas Março foi fraco. Supõe-se que tem a ver com a Páscoa ter calhado em Abril em vez de Março, mas isso será facilmente confirmado quando saírem os próximos dados. No entanto, como se explica a fraqueza de 2016, pois sendo 2016 fraco, isso melhora automaticamente os dados de 2017.
A questão da aceleração da formação bruta de capital fixo é bastante pertinente, pois segundo li no Eco recentemente, o financiamento às empresas está bastante baixo, enquanto que o crédito à habitação está bastante forte, com perspectivas para aumentar.
"Relativamente ao aumento da procura de crédito registado no primeiro trimestre deste ano, e que beneficiou sobretudo o segmento das famílias, o Banco de Portugal explica que este “terá tido subjacente o aumento da confiança dos consumidores e o nível geral das taxas de juro, sobretudo no segmento dos empréstimos para aquisição de habitação. De salientar que o crédito à habitação tem sido o principal motor do crescimento da concessão de crédito à economia, enquanto o crédito às empresas pelo contrário apresenta dificuldades em descolar. De salientar que, em fevereiro, a nova concessão de crédito às empresas caiu para mínimos históricos." Fonte: Eco, 26/4/2017

Portugal é um dos países na Europa com maior percentagem de famílias com casa própria e também tem uma população a envelhecer, logo expandir o crédito à habitação amplia o risco para economia.

Como intui no meu post anterior, ainda não se viu muito bem para onde foi o dinheiro que o governo gastou em 2016. Parte da dívida tem a ver com a questão do Banif, que nunca foi devidamente esclarecida.

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