domingo, 12 de março de 2017

Imparidades argumentativas

Segundo o ECO, as perdas da CGD devem-se a imparidades, sendo que a maior parte das perdas cabe a 2016, pois foi nesse ano que as perdas foram assumidas. Neste momento não se sabe se os resultados negativos da CGD serão contabilizados no défice ou não; mas diz-nos o nosso ilustre Primeiro Ministro que os critérios "são relativamente móveis", logo pode ser que não conte para o défice, como ele assegurava no ano passado, ou pode ser que conte, como se especula agora.

Nem há um mês, andava tudo a deitar foguetes com os resultados excelentes do défice de 2016 e agora estão a dizer que, se calhar, o resultado vai ser revisto para pior. Como é que o Primeiro Ministro e o Ministro das Finanças não sabiam disto antes, quando andavam a celebrar o défice e a defender a solidez das contas? Não vejo como podiam não saber e, nesse caso, tenho de concluir que decidiram ignorar o problema da CGD e tratar os cidadãos como idiotas fazendo passar resultados temporários por permanentes.

Ou, dizeis-me vós, ambos são pessoas sérias e não tinham conhecimento das imparidades da CGD, logo não enganaram os cidadãos intencionalmente. Bem, se não sabiam, então são pessoas muito incompetentes, logo como é que isso é um cenário melhor?

3 comentários:

  1. A decisão sobre como que impacto terá no défice público passa por Bruxelas, pela Comissão Europeia, que este ano terá de avaliar se Portugal sai ou não do Procedimento dos Défices Excessivos, e pelo Eurostat (organismo estatístico da União Europeia). E só deve ser conhecida daqui a um ano, quando estiverem fechados os números que contam do défice de 2017. A única certeza que temos, para já, é a de que o esforço financeiro que o Estado terá que fazer na Caixa já foi financiado no passado, com impacto na dívida pública de 2016.

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    1. Percebe, então, a grande aldrabice que é o governo andar a deitar foguetes com os resultados do défice?

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  2. O observador diz o seguinte: A decisão sobre como que impacto terá no défice público passa por Bruxelas, pela Comissão Europeia, que este ano terá de avaliar se Portugal sai ou não do Procedimento dos Défices Excessivos, e pelo Eurostat (organismo estatístico da União Europeia). E só deve ser conhecida daqui a um ano, quando estiverem fechados os números que contam do défice de 2017. A única certeza que temos, para já, é a de que o esforço financeiro que o Estado terá que fazer na Caixa já foi financiado no passado, com impacto na dívida pública de 2016.

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