sábado, 7 de janeiro de 2017

Quem sabe, sabe...

O Department de Homeland Security (DHS) disse que, supostamente, alguns dos nodos de saída da rede Tor (ver Projecto Tor) estavam envolvidos no hacking dos e-mails da Rússia. Os fulanos do Projecto Tor acham que isso não são provas suficientes, que a Administração Obama tem mesmo de mostrar e-mails trocados pelos russos para não haver dúvidas de que as provas existem.

E o que é que nós sabemos? Sabemos que, em 2014, a Rússia patrocinou uma competição dentro da Rússia, oferecendo $111.000 a quem quebrasse o código de encriptação do Projecto Tor. Em 2015, noticiava a Bloomberg que o projecto dos russos de quebrar o projecto não estava a correr muito bem porque ia ser mais caro do que o que se esperava. Mas agora, o DHS liga o projecto Tor com o hacking dos russos. Obama disse que os russos saberiam que os americanos sabem qualquer coisa, mas que o público em geral não saberia.

Ora, vou especular que os russos sabem a encriptação de Tor e os americanos sabem que os russos sabem. Agora, os russos também sabem que os americanos sabem que os russos sabem.

5 comentários:

  1. Confesso que não vejo muito a ligação entre uma coisa e outra - afinal, para os mails terem passado pela rede Tor não é preciso que ninguém tenha hackeado a rede Tor, basta que os autores do eventual hack ou leak aos mails tenham (como é bastante natural) usado a rede Tor.

    A menos que a teoria agora seja, já não que a Rússia hackeou os mail do CND e do John Podesta, mas sim que estes foram hackeados por um hacker "primário", e que por sua vez este, ao usar a rede Tor para transferir as suas descobertas, foi hackeado pelos serviços secretos russos; parece-me ser o único cenário em que a referencia ao programa russo para quebrar o código Tor faz sentido

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    1. Eu gostaria de saber em que fase de aplicação está a alegada a invenção do MIT, em meados de 2016, como alternativa ao Thor.

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    2. Pode ser uma impressão minha, mas dá-me ideia de que há informação relevante que desconhecemos.

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  2. O relatório de 25 páginas apresentado na Sexta-feira descredibiliza os Serviços Secretos americanos e denuncia a sua partidarização. Conforme o seu título indica, é um mero processo de intenções. A parte inicial e final do documento é uma espécie de glossário para explicar que ali não se encontram evidências objectivas mas sim meras suposições e insinuações. Sete páginas são a cópia de um documento de 2012 com análise de share e crítica à liberdade de expressão exercida por certos jornais. Sobram 5 páginas para afirmar que Donald Trump era o candidato predilecto de Putin. Coisa evidente para toda a gente, repetida vezes sem conta pela candidata adversária. Seria muito estranho o chefe de governo de um país mostrar simpatia por um candidato que lhe é abertamente hostil. Poderia dizer-se o mesmo, por exemplo, do Primeiro Ministro de Israel.

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  3. Melhor dito
    http://ventosueste.blogspot.com/2017/01/o-relatorio-dos-servicos-secretos-dos.html

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