sábado, 24 de setembro de 2016

Com tempo tudo se aprende

José Sócrates de 2016 considera a concentração de poder em instituições do Estado um perigo para a liberdade dos cidadãos.
José Sócrates de 2008 considerou fundamental criar o cargo de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna para a a segurança dos cidadãos.
José Sócrates de 2005 considerou fundamental criar a ASAE para a protecção dos cidadãos.
Em vez de Lyotard, tivesse lido Orwell.

3 comentários:

  1. Muito de acordo. O maior erro político de Sócrates não teve a ver com as finanças públicas. Aí, pouco podia e pouco o deixaram fazer. Se Bruxelas e o BCE, primeiro e a oposição e o Presidente da República, depois, não tivessem sabotado o seu segundo mandato, Portugal não teria caído no charco. O maior erro político de Sócrates foi o de ter promovido, ou permitido, ou não ter combatido, a instalação de uma mentalidade ASAE em todos as interfaces de relacionamento do Estado com os cidadãos, de desconfiança obsessiva, suspeição permanente, desumanidade, exibição dos desgraçados no pelourinho, excesso de zelo burocrático, arbitrariedade, sem pedagogia, sem presunção de inocência e não amigável. Foi, ele próprio, a maior vítima dessa atitude perniciosa. É por isso que considero infeliz a reacção de aplauso ou descaso de uma parte da sociedade à forma como decorre o processo Marquês. Este, é um exemplo do triunfo dessa sua política. Talvez se tenha dado conta do erro e talvez possa ser, agora, um dos principais activistas no seu combate, necessário.

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  2. NG, não percebo como a oposição sabotou o 2* mandato. Só Sócrates é responsável pelas suas opções. Por exemplo, pôs o PEC IV a votação, sem necessidade, opção sua. Demitir-se depois de chumbado, opção sua. Chegar a uma situação de quebra de tesouraria, clamando pela excelente execução orçamental do semestre anterior!
    Para qualquer pessoa sensata, 6 mil do PEC IV não podiam ser alternativa de um empréstimo de 78 mil. Com a agravante de propor a mesma austeridade.

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  3. É claro. Governar durante uma crise financeira sem o apoio de uma maioria no Parlamento é a garantia da estabilidade necessária. Erro foi ter aceitado o segundo mandato em 2009, nessas condições.

    Para qualquer pessoa sensata, se exisitisse o apoio de Bruxelas e do BCE, como existiu a seguir e existe ainda, para garantir no mercado taxas de juro acessíveis, o empréstimo não era preciso para nada.

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