sexta-feira, 24 de junho de 2016

Um nim...

Hoje de manhã, Bernie Sanders ofereceu a Hillary Clinton o seu "nim": disse que votaria nela em Novembro; no entanto, ainda não anunciou a suspensão da campanha, o que surpreende muita gente. A posição dele é que fará tudo para derrotar Trump em Novembro; no entanto, se não suspender a campanha brevemente, pode estar a contribuir para enfraquecer Clinton.

As últimas semanas não têm sido fáceis para Trump: despediu o seu director de campanha -- quer dizer, não foi ele que disse "You're fired!"; deu esse privilégio a outra pessoa -- e foi divulgado que tem menos de $2 milhões em caixa para a campanha (estou a ser generosa, já vi números de $1 milhão e $1,5 milhões), pois apenas conseguiu angariar cerca de $3 milhões em donativos individuais em Maio. Já Hillary Clinton irá provavelmente angariar mais de mil milhões de dólares. É uma quantia obscena, como já disse Donald Trump, mas tanto Obama, como Romney, conseguiram angariar mais do que isso cada um durante a campanha de 2012. Nessa campanha, conseguir mais do que mil milhões de dólares em donativos era considerado um sinal de força. Este ano é considerado como uma desvantagem, talvez por influência de Donald Trump.

Hillary Clinton irá fazer campanha ao lado de Elizabeth Warren, na próxima semana, e Warren está a ser investigada como potencial "running mate" de Clinton. Apesar de eu concordar com algumas coisas que Warren defende, não a acho uma boa escolha porque lhe falta pragmatismo. Pode ter as ideias certas, mas isso é apenas uma condição necessária; não é suficiente. Uma boa ideia, sem uma boa estratégia de implementação, é inútil. Elizabeth Warren é uma figura polarizante, logo não consegue vender as suas melhores ideias a um público alargado. Clinton já tem problemas de comunicação e, se escolher uma "running mate" que também tem problemas de comunicação, não ficará muito melhor.

Suponho que Warren é atractiva porque apelaria aos apoiantes de Sanders, pois tinham posições semelhantes relativamente a Wall Street, mas ter duas mulheres no mesmo "ticket" é muito arriscado. Um dos argumentos que os apoiantes de Sanders usam contra as mulheres que apoiam Clinton é acusá-las de votar com a vagina. [Não me recordo de ninguém acusar um homem que apoiava outro homem de votar com o pénis; mas as mulheres, para provar que são do mesmo "calibre intelectual" que o dos homens, e não são "tendenciosas", têm de apoiar homens. Ser mulher é uma coisa muito complicada, num mundo onde prevalece a estupidez e a dualidade de critérios.] Warren, como "running mate", seria uma boa escolha para Sanders.

A minha preferência seria para que Clinton escolhesse Michael Bloomberg como companheiro de corrida. Não sei se ele aceitaria, mas acho-o um homem experiente, pragmático, que defende os interesses do país, e que tem visão. Elizabeth Warren não reúne todas essas condições simultaneamente.

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