quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Traidores e carrascos

Não me lembro de um governo tão fustigado na praça pública como o de Passos Coelho. Muitas das críticas eram razoáveis e justas, mas muitas eram também pura grosseria e má-fé. De qualquer maneira, nunca passou pela cabeça de ninguém acusar de traição à pátria ou de sabotagem os críticos. Ora, os ajudantes de António Costa reduzem qualquer crítica às suas propostas, venham elas de onde vierem, a traição, sabotagem, maldade, conspiração, sadismo - os críticos (todos?), pelos vistos, querem ver o circo a arder. Quem diria que viria da esquerda o argumento salazarento de que quem não está por nós é contra a pátria? Antes das eleições, escrevi aqui que o que me preocupava mais em António Costa não era o seu programa económico – apesar de o achar arriscado e perigoso, e agora ainda está pior -, eram os sinais de brutalidade e intolerância exibidos pelo homem, que me faziam lembrar um passado recente. Pois bem, por este andar, até Sócrates nos vai parecer um senhor – como alguém escreveu, Teixeira dos Santos, pelo menos, por comparação, já parece um príncipe da Renascença.

2 comentários:

  1. Eu nunca pensei que o PS arranjasse uma pessoa pior do que José Sócrates tão depressa. Enganei-me...

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  2. Se o José Carlos Alexandre não se lembra de um Governo tão criticado como o de Passos Coelho eu nem me atrevo a perguntar o que ele acha neste aspeto sobre os primeiros meses deste novo Governo, esmagado, aniquilado, decapitado. A imprensa foi sempre bastante branda (para os resultados económicos obtidos) e esteve sempre com o Governo (como habitual) as vozes de contestação que existiam eram isoladas e dispersas. Espanta-me a mim é neste novo tempo político a Imprensa rapidamente não ter mudado de opinião (como habitual) e ainda manifeste tanto apoio ao defunto primeiro-ministro.

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