quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Coisas marginais

PIB e défice
Em vez de um crescimento de 2,1% em 2016, o governo estima agora que a economia avance apenas 1,9%. Este valor permitirá cumprir um défice de 2,4% e fazer o défice estrutural recuar em 0,4 pontos percentuais – o dobro do inicialmente previsto e mais próxima da meta de 0,6 pp recomendada por Bruxelas. Este ponto foi, de resto, ao longo da última semana, aquele que mais criou atrito nas negociações e que esteve na origem dos pedidos de explicações da Comissão Europeia.

Fonte: Dinheiro Vivo

Tradução: comparando resultados anteriores com estes, ficamos a saber que o próprio governo admite que mais dívida não iria comprar nada de real; compraria apenas a boa vontade dos partidos que apoiam o governo. Para Portugal crescer mais 0,2% do PIB, o estado precisaria de endividar-se em mais 0,4% do PIB potencial.

O PIB potencial está acima do PIB real -- ver o excelente artigo do LA-C no Observador --, ou seja, o aumento de défice necessário para acomodar este aumento de crescimento é maior do que 0,4% do PIB real (note-se que o défice é a variável fluxo que alimenta a dívida, sendo esta uma variável stock).

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não são permitidos comentários anónimos.