domingo, 28 de abril de 2013

Previsões com intervalos de confiança

Escreve o Ricardo Reis, e bem, que se as previsões fossem dadas com intervalos de confiança de 90%, então se em 10 previsões, três estivessem erradas, saberíamos que nos estavam a tentar enganar (ou então que estavam a ser incompetentes).
Mas, mesmo sem essa informação, há formas de saber se estão a fazer bem as contas ou se nos estão a tentar enganar (ou a ser incompetentes). Se as previsões forem rigorosas, metade das vezes erra-se para cima e metade para baixo.
Ou seja, se as previsões são sistematicamente mais optimistas do que a realidade é porque alguma coisa está a ser mal feita. Sabemos isso mesmo sem intervalos de confiança.

8 comentários:

  1. "(A economia)Tem um atraso de milénios em relação à física ou à química. As despesas em investigação em economia são menos de um milésimo do que se gasta nas ciências da saúde. Por isso, numa questão tão difícil como a previsão do défice, os intervalos de confiança são ainda enormes."
    Não sei se entendi bem aqui o Ricardo Reis: estará ele a querer dizer que os intervalos de confiança nas previsões económicas são muito mais largos do que os da física sobretudo porque as despesas em investigação nas duas ciências são enormes e a economia é uma ciência relativamente nova? É essa a explicação principal para as diferenças no campo das previsões? Devo ter percebido mal. A economia é uma ciência social e o problema é que o institucional, o político, o social, o psicológico não são em larga medida quantificáveis.

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    1. Penso que leste bem, sim, E parece-me que tens razão. O que ele diz é verdade, a Economia, enquanto disciplina com método científico, está ainda na infância. Adicionalmente, o que dizes é verdade. Numa ciência humana o grau de incerteza é, inerentemente, maior. E admitir que é quantificável, já de si, não é nada inócuo.

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    2. A economia nao e ciencia. Logo, nao pode (nao devia, se quem a pratica fosse gente seria) fazer previsoes.

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  2. E a parte politica? Um politico pode dizer a verdade?
    Poder, pode, mas se não tiver a ambição de chegar ao poder.
    Aliás se disser a verdade o pessimismo aumenta e assim as previsões a fazer pioram.

    xyz

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  3. Bem visto mas nao e exactamente assim. So se a mediana for igual a media da distribuicao. Ou seja, precisamos de saber mais do que o valor esperado, como diz o Ricardo.
    Mas ha uma questao mais complicada de resolver, que e a existencia de equilibrios multiplos. Especialmente quando as proprias previsoes afectam as expectativas das pessoas e possivelmente o equilibrio que acaba por se verificar. O que e que faria no lugar do Gaspar?

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    1. Ao ler este comentário sobre médias, medianas e distribuições assimétricas, lembrei-me de um post que uma vez li sobre quem em vez de se deter na mensagem principal se dedicava a construir textos sobre textos. Recomendo: pegada.blogs.sapo.pt/240884.html

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  4. Resposta fraquinha, mas enfim. Em qualquer caso, a segunda parte era uma curiosidade genuina. O que faria?

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  5. E qual era exactamente o intervalo de confianca do Ricardo Reis quando afirmou em 2008 que a crise ia durar um mesito?
    E no entanto ainda tem pulpito para continuar a pontificar sobre o assunto. Os outros sao incompetentes (e nao o nego, sao-o mesmo) mas ele nao... o Ricardo Reis foi so "infeliz".

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